quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Urso Panda (Ailuropoda melanoleuca)




Um olhar desamparado, um andar desengonçado, resultado dos 130 quilos distribuídos em apenas 1,5 metro de altura. O panda, que com seu jeitão de bichinho de pelúcia atrai simpatia com facilidade.

Há muito tempo, o urso panda era encontrado com facilidade na China, na Birmânia e no norte do Vietnã. Hoje, existem apenas cerca de 1600 indivíduos desta espécie no mundo, vivendo em reservas florestais. A devastação das florestas asiáticas, o lento ciclo de reprodução do bambu (sua base alimentar), o excesso de burocracia e a ineficiência de alguns governos, além da caça voraz, colocaram o panda sob sério risco de extinção.

Dificultando ainda mais a preservação da espécie, a sua capacidade de procriar é mínima. As fêmeas têm um único período fértil por ano e a cada gravidez elas conseguem gerar - com sorte - no máximo dois filhotes, que estão sujeitos a acidentes fatais quando ainda pequenos. Não é raro a mãe sufocar o filho por excesso de carinho, ou então esmagá-los ao distrair-se e adormecer sobre ele. Ao nascer o panda mede diminutos 10 centímetros e pesa menos de 100 gramas. Minúsculo diante da pesada mãe. A mortalidade infantil está estimada em 40%.

Embora tenha um sistema digestivo preparado para o consumo de carne, o panda se alimenta exclusivamente das folhas e do talo do bambu, ficando até 14 horas seguidas sentado, consumindo de 12 a 14 quilos da planta. Talvez por isso a espécie tenha uma existência solitária, se reunindo em grupos ocasionalmente ou no período de fertilidade das fêmeas, que se estende por somente três dias.

Como diversos outros animais, o panda foi maltratado pelo homem que, interessado na sua pele, caçou-o à exaustão. Além disso, o seu território foi tomado pela agricultura, não restando muito espaço para a proliferação da espécie. Atualmente, os pandas que restam na natureza se distribuem em cerca de 33 reservas espalhadas pela área rural da China e separadas entre si por vastas áreas de agricultura e pastagem. A área total dessas reservas, incluindo florestas e áreas ao redor das zonas de habitat do panda gigante, chega a 16 mil km².

As ações para a preservação do panda tiveram início em 1940, mas, na ocasião, eram restritas à pesquisa e coleta de dados. Descoberto em 1869 pelo naturalista francês Père David, o animal ainda hoje conserva uma aura de mistério. Foi somente em 1963 que o governo chinês criou Wolong, a primeira reserva florestal para a proteção da espécie. Em 1980, o WWF fez a primeira contribuição para o trabalho que vinha sendo desenvolvido por cientistas e biólogos, visando a sua sobrevivência. Em 1985 o programa de preservação da espécie foi ampliado com a ajuda do fundo, passando a incluir pesquisa sobre o tamanho da população de pandas, treinamento e equipamento dos laboratórios e da área de proteção, entre outras iniciativas.

Por restarem apenas 1600 pandas vivos (quantidade insuficiente para garantir a sua sobrevivência), a espécie está protegida pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas-CITES. Assinado em 1973 por mais de 120 países, o CITES é o único tratado internacional com objetivo de preservar espécies em extinção e regular o seu comércio. O panda e outros 700 animais e plantas estão incluídos no apêndice I da Convenção, que proíbe qualquer comércio da espécie e permite apenas o intercâmbio entre governos sob finalidade científica.

Na verdade, foi apenas uma pesquisa recente que indicou que a população de pandas na natureza atingiu o número de 1600 indivíduos. Esse número é 40% maior do que se pensava anteriormente.

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