sábado, 14 de agosto de 2010

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19/04/2010 - 19h48
Protesto contra maus-tratos aos animais em SC termina com oito feridos
Folha Online


Um protesto organizado por grupos de proteção aos animais contra a Puxada de Cavalos de Pomerode (179 km de Florianópolis) nesta segunda-feira terminou em pancadaria e o registro de pelo menos oito manifestantes feridos.

No evento, tradicional em Santa Catarina, proprietários de cavalos disputam quais animais aguentam carregar mais peso. Para protestar contra a puxada, pouco mais de 20 pessoas foram ao local vestidos de preto, com mordaças na boca e com faixas de protesto.

Segundo Heike Weege, voluntária da Amabicho (Associação dos Melhores Amigos dos Bichos), eles foram recebidos com ovos podres, pedradas e pontapés e, na confusão, duas mulheres tiveram suas cabeças feridas com paus. "Não deu tempo nem de abrir as faixas", conta.

A comerciante Bárbara Lebrecht, 58, quebrou o fêmur e passou por cirurgia. Outra manifestante, Patrícia Luz, 36, chegou a ser internada e permanecia em observação no início da noite. Outras seis pessoas foram encaminhadas ao IML de Blumenau para fazer exames de corpo de delito.

A presidente da Amabichos, Lucienne Sprung, 60, disse que os maus-tratos a animais são comuns em Pomerode e em nove cidades vizinhas, que organizam competições como a puxada duas vezes por ano.

O presidente do Clube do Cavalo de Pomerode --entidade responsável pelo evento--, Niro Just, nega que tenham sido jogadas pedras contra os manifestantes. Segundo Niro, seu irmão, Ivo Just, atirou ovos podres em quem protestava. Ele disse também que as agressões foram "inventadas". Na versão de Just, os feridos teriam se machucado acidentalmente durante o tumulto gerado.

Os organizadores do evento negam também que haja maus-tratos aos animais durante as puxadas. Segundo eles, esses eventos são, obrigatoriamente, acompanhados por um veterinário e seguem regras como o limite de peso carregado ser o mesmo que o peso do cavalo ou do conjunto de cavalos que vá "puxar".

O veterinário responsável pela Puxada de Pomerode, Sérgio Borges, 51, afirma que nenhum cavalo foi maltratado durante o evento e que todos foram devidamente examinados antes, durante e depois das provas. Segundo Borges, é expressamente proibido estimular os animais com choques, pancadas ou chicotes.

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