terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Quando o cachorro boxer é moleque…


É bem engraçadinho, não é mesmo? Um filhote de boxer. Bonitinho, coisa e tal. Você dá um banhozinho com aquele shampoo cheiroso, passa aquele talquinho… uma beleza!

Hora de trabalhar. comida de cachorro custa cara. Veterinário também. Você dá um adeuzinho para o filhotinho que – coitadinho – vai ficar solitário o dia inteiro. Na verdade, está com mais dó é de você mesmo, pois queria ficar por ali, curtindo seu novo amigo…

Mais tarde acaba descobrindo que deveria ter ficado.

Dia de trabalho acabado, hora de ir embora. Não sem o happy hour no boteco da esquina. O seu filhotinho pode esperar mais um pouco.

Oito horas da noite, você chega cansado em casa, coloca o carro na garagem, não sem antes ter dado uma olhadela em volta, na rua. Sempre é bom… tem ladrão saindo pelo ladrão.

Agora sim. Hora de alimentar seu bichinho, brincar com ele um pouco e… oh, boy!

É claro. Você não podia deixar o teu precioso e indefeso cãozinho do lado de fora. Poderia fazer frio. Ou muito calor. Ele poderia fugir, machucar-se, ser picado por uma aranha, arranhado por um gato malvado, tomar chuva, ficar resfriado ou, pior do que isso tudo: ser roubado. Como já disse, tem ladrão…

E o que foi que aconteceu? Bem que a tua mulher falou: ”deixa este animal do lado de fora ou tranque-o no banheiro…”. Mas você, nada. Resolveu deixar o pobre animalzinho livre feito um pássaro. E ele mastigou a casa toda.

Você olha pra ele. O rabinho balança (semana que vem vai ser decepado… o rabo), os olhos brilham. Ele está orgulhoso. Não deixou bosta nenhuma na casa sem ter sido mastigado.

Há uns três rolos de papel higiênico dando voltas pelo corredor, cozinha, fora os pedaços mastigados espalhados. As almofadas novinhas que tua mulher (que está para chegar…) comprou em cinco vezes sem juros, não possuem mais recheio. Nem capa, nem nada.

O braço do sofá está meio esquisito, retorcido. Ai, não! O encosto também. O malvado não conseguiu arrancar pedaços do sofá, mas literalmente fez o pobre mudar de forma.

Na cozinha o estrago não foi tanto. Algumas caixas de biscoitos da despensa detonadas, conteúdo espalhado e mastigado por todo o chão. O que é aquilo ali no canto? Vômito. É claro. O infeliz comeu recheio de almofada, papel higiênico, papelão e biscoito!

Você começa a limpar a sujeira (a mulher está quase chegando, cê vai se lascar…). No meio do caminho lembra de verificar os quartos. E verifica que ainda não tinha visto nada.

Aquela colcha que cobria a cama, que tua mulher comprou por oitocentos contos, em três vezes (e só pagou a primeira ainda), está completamente… (você dá uma verificada, por descargo de consciência)… é… completamente f… estrumbicada. Já era.

O travesseiro da tua mulher foi pro vinagre também, com fronha e tudo. No lugar do travesseiro há um montinho de cocô. Uma olhadinha no relógio te diz que a malvada está quase batendo por ali. A esta altura, você já sabe com certeza que vai se ferrar feio. Não tem jeito de arrumar aquilo.

O filho-de-uma-égua responsável por aquela merda toda, além de tudo ainda fica te seguindo e mordendo a barra das tuas calças. Com raiva, você dá um puxão. Um pedaço do tecido fica na boca do cãozinho. Três vezes no cartão…

Quando já ia saindo do quarto, você tropeça em alguma coisa. É a sandália preferida da tua mulher. Que não tem mais as tiras. Que ela comprou em… ah, deixa pra lá. Olhando um pouco melhor, você descobre o pior. TODAS as sandálias caríssimas daquela pessoa que vai chegar em apenas cinco minutos estão literalmente arregaçadas, sem tiras, em fiapos.

Tarde demais. A porta da frente se abre e você vê o algoz. Segurando o cachorrinho entre os braços, você diz:

- Não fui eu!

Nenhum comentário:

Postar um comentário