terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O cachorro conhece você


cachorro boxer

Muito se fala a respeito do faro dos cachorros. Há gente que sabe disso por ler, ouvir e falar. Outros sabem por experiência. Caçadores, por exemplo. Mas como eles têm fama de mentirosos (caçadores, não cachorros)…

Gente da cidade dificilmente tem uma oportunidade para verificar esta qualidade dos cachorros. Nós simplesmente nos limitamos a “curtir” o bicho, alimentá-lo e por aí afora.

Meu cachorro boxer, Max, deu-me algumas raras oportunidades de comprovar que o faro do cachorro é muito mais apurado do que se pensa. Aqui vão duas delas.

O cachorro dedo-duro

Certa vez viajei para outra cidade a negócios, por uma semana. Minha esposa ficou sozinha com Max.

Resolvi fazer então uma surpresa, voltando sem avisar. É… pode ficar aí pensando que eu estava desconfiado da minha mulher. Mas não é nada disso. Ou é, sei lá. Digamos que eu queria testar o faro do cachorro boxer (essa é que ninguém vai engolir…). Deixemos os detalhes pra lá.

Acontece que vim de ônibus e a rodoviária ficava longe de casa. Mas o ônibus saía da rodovia bem perto do meu bairro. Pedi ao motorista e ele lá me deixou. Pude então ir a pé para casa.

Minha casinha ficava nos fundos, com um comprido corredor que chegava até ela. Era de tarde e minha mulher estava sentada à varanda, com Max ao seu lado.

Minha esposa reparou que de repente Max levantou-se, apontando o focinho para o ar, em estado de alerta. Ela olhou, olhou e nada viu. Ele costumava fazer isto quando algum gato ou pássaro aproximava-se.

Logo, o cachorro correu para o portão. Em alguns segundos, lá estava eu.

O dedo-duro me cheirou tão antecipadamente que daria tempo de avisar o Ricardão. Se houvesse um, claro.

Pelo tempo que demorei a chegar ao portão, a distância em que eu me encontrava quando Max deu os primeiros sinais, é assombrosa. Ainda mais contando-se que havia muro, árvores e tudo mais. Talvez o vento estivesse a favor, sei lá. Mas que o bicho sentiu minha chegada, sentiu. E eu nem caçador sou, pra inventar uma mentira assim…

Saudade

Numa outra viagem, desta vez junto com a mulher (rerere…), deixamos Max com meu irmão. Ficamos muito tempo fora, mais de um ano.

Uns seis meses depois que partimos, mandei um envelope grande com alguns presentes para meu irmão e família.

O carteiro não conseguiu colocar o envelope na caixa de correspondência e fez a besteira. Jogou o envelope no quintal. Tudo o que lá aparecia era devidamente destruido pelo cachorro. E não havia ninguém em casa.

À noite, quando meu irmão chegou, encontrou Max deitado, com o focinho perto do envelope, que estava intacto. Quando percebeu a chegada de meu irmão, Max olhava para ele e cheirava o envelope.

Ao ver o remetente, meu irmão não pensou duas vezes. pegou no telefone e me ligou. Para elogiar meu excelente cachorro boxer que, depois de seis meses sentiu meu cheiro num simples envelope. Ele sabia que aquilo não era para morder, destruir. Era para guardar…

Portanto, preste atenção ao seu cachorro. Boxer ou não. Ele tem um ótimo faro. Se farejar algo e latir, pode estar te avisando de algo. Ou não. Pode ser apenas exercício farejístico (essa eu inventei agora…).

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Um comentário:

  1. Muito legal, minha noiva um boxer também e o faro dele realmente é muito bom, eu trabalho em outra cidade e fico a semana toda fora de casa, quando chego na sexta-feira a noite, ele já está la em pé no portão. Parece que ele já conhece o barulho do carro, pois as vezes ele está até dentro de casa e mesmo assim sabe que estou chegando.

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